Simepar e Iapar iniciam edição 2019 do Alerta Geada

Entra em operação nesta quinta-feira (9) o Alerta Geada, serviço que o Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) e o Simepar oferecem de maio a setembro com o objetivo de auxiliar os produtores a implantar medidas de proteção dos cafezais paranaenses. A edição deste ano é a 25ª e será lançada nesta quarta-feira (8) no Centro de Treinamento do Iapar, em Londrina.

. Foto: Orlando Kissner/ANPr

O serviço informa gratuitamente a probabilidade de ocorrência de geada com antecedência de 48 e 24 horas. A previsão é feita por categoria de intensidade (fraca, moderada ou forte) para todas as regiões do Paraná. Textos e mapas temáticos são atualizados diariamente na página do Simepar www.simepar.br.

O Alerta Geada é direcionado prioritariamente à proteção de lavouras com até dois anos de implantação. Ao receberem as mensagens em tempo hábil, os produtores podem adotar medidas de proteção das lavouras, evitando ou reduzindo perdas agrícolas.

Uma vez emitida a previsão do Simepar, a equipe de pesquisadores do Iapar interpreta as informações. Se houver aproximação de massas de ar frio com potencial de causar danos às lavouras de café, também é emitido um pré-alerta no aplicativo, por e-mail e SMS a extensionistas, técnicos e produtores cadastrados, além da divulgação para a imprensa e nas redes sociais. Caso persistam as condições para formação de geadas, um novo aviso, de ratificação, é expedido em até 24 horas antes da previsão de ocorrência do evento.

Além disso, durante o período de funcionamento do serviço, os pesquisadores acompanham as condições meteorológicas na região cafeeira do Estado e publicam diariamente um boletim informativo, que pode ser acessado nos endereços www.iapar.br, www.simepar.br, pelo telefone (43) 3391-4500 (custo de uma ligação para aparelho fixo) e, a partir deste ano, também pelo aplicativo Iapar Clima.

O inverno do ano passado foi marcado por temperaturas amenas na zona cafeeira do Paraná, e nenhum alerta foi emitido no período de funcionamento do serviço. Embora concebido para a proteção do parque cafeeiro paranaense – distribuído pelas regiões Norte, Noroeste e parte do Oeste do Estado –, nos últimos anos outros setores vêm buscando as informações do Alerta Geada para orientar suas atividades, como produtores de hortaliças, construção civil, área de turismo e eventos e até o comércio de vestuário.

 

IAPAR CLIMA – A partir deste ano, as informações sobre as previsões meteorológicas também são divulgadas pelo aplicativo Iapar Clima. Desenvolvido em parceria com o Simepar, o aplicativo foi lançado no início deste ano. Por enquanto, está disponível para aparelhos Android e pode ser baixado gratuitamente no Google Play. A versão para IOS ficará pronta nos próximos meses.

 INVERNO 2019 – Segundo o coordenador de Operação do Simepar, meteorologista Marco Jusevicius, o inverno típico no Paraná apresenta pouca chuva e massas de ar frio a partir da segunda quinzena de maio. “As geadas são mais frequentes em junho e julho, quando as temperaturas médias ficam mais baixas”, afirma.

Em condições normais são registrados de um a quatro eventos por ano, mais concentrados entre o centro e o sul do Estado, podendo atingir o norte. Neste ano, o inverno do Hemisfério Sul deve sofrer influência do fenômeno climático El Niño fraco. “Os prognósticos até o momento indicam temperaturas e chuvas um pouco acima da média, com menor frequência e intensidade de massas de ar polar e geadas”, observa Jusevicius.

Técnicos fazem recomendações para proteção das lavouras

Para lavouras de café com idade entre seis e 24 meses, a recomendação é amontoar terra – até o primeiro par de folhas – no tronco das árvores imediatamente, para proteger as gemas e evitar a morte da planta no caso de geada severa. Essa prática é chamada de “chegamento de terra” pelos cafeicultores e técnicos do setor. Essa terra que protege os troncos dos cafeeiros deve ser mantida até o final do período frio, em meados de setembro, e então retirada preferencialmente com as mãos.

Para plantios novos, com até seis meses de idade, recomenda-se simplesmente enterrar as mudas quando houver emissão do Alerta Geada. Viveiros devem ser protegidos com várias camadas de cobertura plástica.

 Nos dois casos – lavouras novas e viveiros –, a proteção deve ser retirada rapidamente, assim que a massa de ar frio se afastar e cessar o risco imediato de geada.

Lavouras com até 24 meses ocupam 2.700 hectares

O economista Paulo Sérgio Franzini, do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura do Paraná, explica que a área ocupada com lavouras de café no Paraná é de 40,1 mil hectares. Desse total, 2.700 hectares devem ser protegidos com o Alerta Geada, pois são ocupados lavouras de até 24 meses – aí incluídos 800 hectares de implantação ainda mais recente, de até seis meses.

Franzini calcula que a implantação de um hectare de cafeeiros custa em torno de R$ 15 mil. O enterrio e o desenterrio de plantas com até seis meses custa em torno de R$ 1,5 mil, enquanto o dispêndio para fazer o “chegamento de terra” e posterior limpeza dos troncos é de aproximadamente R$ 1 mil.

A maior parte das lavouras paranaenses tem em média 8 hectares e é conduzida por pequenos produtores familiares. Em fase de colheita, este ano o Paraná deve produzir em torno de 1,1 milhão de sacas beneficiadas de café.

LANÇAMENTO – O evento de lançamento do Alerta Geada 2019 será aberto às 9 horas pelo diretor de pesquisa do Iapar, Rafael Fuentes Llanillo. Em seguida será exibido o audiovisual “A Geada Negra de 1975”. Às 9h30 o pesquisador Paulo Henrique Caramori contará a história do Alerta Geada.

Às 10 horas o meteorologista Marco Jusevicius falará sobre a metodologia de previsão de geadas. Às 10h30 a agrometeorologista Angela Beatriz Costa discorrerá sobre a operação do serviço. Às 11 horas o engenheiro agrícola Pablo Nitsche apresentará o aplicativo Iapar Clima.

SERVIÇO

25ª Edição do Alerta Geada

Data: quarta-feira (8 de maio de 2019)

Horário: 9h às 12h

Local: Centro de Treinamento do Iapar

Rodovia Celso Garcia Cid, km 375 – Londrina

 

 

FONTE – AEN