Paraná divulga pesquisa de monitoramento e controle da aranha-marrom
Relatório final do projeto foi apresentado no auditório da Secretaria estadual da Saúde pelo secretário Gilberto Martin, que entregou certificado e premiação à secretária municipal de Saúde de Bandeirantes, Nathália Guerra, e equipe do município. O destaque deve-se aos resultados positivos obtidos no controle ao escorpião-amarelo.
O diretor do Centro de Produção e Pesquisa de Imunobiológicos (CPPI), Rubens Gusso, disse nesta terça-feira (9), durante a apresentação do Projeto Pronex – Monitoramento e Controle Populacional da Aranha-Marrom, que o Paraná é um reduto de produção de soro e tecnologia. O relatório final do projeto foi apresentado no auditório da Secretaria estadual da Saúde e contou com a participação de demais integrantes/pesquisadores do estudo – pesquisadores da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Universidade Tuiuti do Paraná, Pontifícia Universidade Católica (PUC), entre outros.“O melhor disso tudo é a prevenção. É saber quais são os hábitos da aranha e os cuidados que devemos ter dentro de casa, para não sermos surpreendidos por um problema que é tão pequeno, mas que pode gerar um problema de saúde bastante grave”, ressalta o secretário da Saúde, Gilberto Martin.O investimento foi de R$ 318 mil, recurso financiado pela Fundação Araucária/PR e Conselho Nacional de Pesquisa (MCT/CNPq). A pesquisa iniciou em 2004, quando o Estado registrava a maior parte dos acidentes com aranha-marrom no país. No Brasil, em 2004, foram oito mil casos, enquanto que no Paraná o número foi superior a seis mil acidentes.O vice-coordenador do projeto, Francisco de Assis Marques, explicou que cerca de 4 mil aranhas-marrons (adultas) foram recolhidas, mantidas e alimentas em criadouros no CPPI. Na pesquisa foram analisadas a eficiência de alguns pesticidas. No caso de repelentes foram avaliados 16 produtos, nos quais o de maior eficiência é natural e de baixa toxicidade ao ser humano. Além disso, o estudo avaliou a ação predatória de lagartixas. Determinou-se que a lagartixa é possível agente de controle biológico. CASAS-LABORATÓRIO – Localizadas no CPPI possibilita uma fase que fornece informações estratégicas para a aplicação dos conhecimentos acumulados no controle populacional da aranha-marrom.A aplicação e avaliação do controle da população de aranha-marrom nas casas-testes comprovou que a melhor forma de acabar com as aranhas é acabar com a casa da aranha dentro de casa, ou seja, como as aranhas vivem nas frestas e lugares escondidos, ao vendar as frestas e matar as aranhas, eliminando seu esconderijo. “Isso diminui significativamente a população de aranhas, reduzindo assim o risco de acidentes”, explica Emanuel Marques, biólogo da Divisão de Zoonoses e Animais Peçonhentos da Secretaria da Saúde.Acidentes com animais peçonhentos são considerados o segundo agravo (emergência) de notificação no Paraná. Durante 2007, no Estado, ocorreram mais de seis mil acidentes com aranha-marrom. Destes, 73,9% foram na região metropolitana de Curitiba.Estudo co-relacionado – Ao final do evento, o secretário Gilberto Martin entregou certificado e premiação à secretária municipal de Saúde de Bandeirantes, Nathália Guerra, e equipe do município.O destaque deve-se aos resultados positivos obtidos no controle ao escorpião-amarelo. Projeto recentemente premiado nacionalmente durante a VIII Mostra Nacional de Experiências Epidemiológicas bem-sucedidas.
De acordo com a secretária, o estudo começou há dois anos, após uma reclamação de uma moradora de Bandeirantes a ouvidoria da Secretaria. “O projeto já foi utilizado como base inclusive pelo Ministério da Saúde para o manual de combate a animais peçonhentos”, destaca a secretária.