Nomeação da paranaense Gleisi Hoffman para a Casa Civil repercute na imprensa mundial
O jornal argentino La Nación afirma na edição desta quarta-feira que a queda de Antonio Palocci e sua substituição pela senadora Gleisi Hoffmann à frente do Ministério da Casa Civil podem ajudar a presidente Dilma Rousseff a se livrar da sombra de seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva.
"Com a nomeação de Gleisi Hoffmann como nova chefe de gabinete, Rousseff se arrisca a perder consistência política no governo, mas ao mesmo tempo dá um passo decisivo para se desprender da alargada sombra de Lula", diz o jornal.
A avaliação do diário é de que Dilma "teve que engolir um ou outro sapo para chegar ao Palácio do Planalto". "O mais indigesto, sem dúvida, foi o de aceitar Palocci como ministro da Casa Civil", diz o jornal.
A queda de Palocci também foi tema de reportagem do jornal americano The New York Times, que destaca o fato de Palocci ser o terceiro dos últimos quatro ministros da Casa Civil a ser obrigado a renunciar em meio a acusações de má conduta desde 2005, quando Lula era presidente.
O New York Times diz ainda que, mesmo após a renúncia de Palocci, a oposição promete continuar as investigações para saber se houve alguma conexão entre os negócios particulares de Palocci e a campanha eleitoral de Dilma.
Ja o diário econômico britânico Financial Times afirma que a nomeação de Gleisi Hoffmann é "uma aposta" de Dilma no momento em que ela enfrenta seu primeiro grande teste nos cinco meses de governo. O jornal diz ainda que os analistas consideram que a mudança não deve provocar uma reação negativa dos mercados financeiros, já que é apenas o desfecho de uma crise que se arrastava há semanas.