HOJE NA HISTÓRIA – 9 de julho de 1932 – A Revolução Constitucionalista
Eclodiu em São Paulo uma revolta contra o presidente Getúlio Vargas. Tropas federais de Minas Gerais foram enviadas para o Estado para conter a rebelião. O efetivo militar do Rio Grande do Sul e do Paraná ficaram em alerta prontos para marchar contra os rebeldes. Os combates da revolta, que ficou conhecida como Revolução Constitucionalista de 1932, duraram três meses.
Em 1930, Getúlio Vargas deu um golpe de Estado e assumiu a Presidência, em caráter provisório, mas com amplos poderes. O Congresso Nacional, as Assembleias Legislativas e até as Câmaras Municipais foram fechadas. Os governadores dos Estados foram substituídos por interventores nomeados por Vargas. Nessa época São Paulo, que havia sido a principal base política do regime da Primeira República, era encarado como um foco oposicionista.
O governo reconheceu oficialmente os sindicatos, legalizou o Partido Comunista e apoiou o aumento de salário para os trabalhadores. Irritados com os rumos da política, empresários e latifundiários resolveram se unir contra Vargas. Os liberais começaram a pressionar Vargas para a pronta realização de eleições, e o fim do governo provisório. A situação piorou com a morte de quatro estudantes no comício realizado em São Paulo no fim de maio, para reivindicar uma nova Constituição. As iniciais dos nomes das vítimas, Martins, Miragaia, Dráuzio e Camargo formaram a sigla MMDC, que se transformou no símbolo da revolução.
O conflito armado explodiu 17 dias depois da tragédia. As tropas rebeldes se espalharam pela cidade de São Paulo e ocuparam as ruas. A imprensa paulista defendeu a causa dos revoltosos. Uma intensa campanha de mobilização foi deflagrada e a população aderiu ao levante. Um grande número de pessoas se alistou para a luta. Intelectuais, industriais e estudantes, políticos ligados à República Velha ou ao Partido Democrático, excluído do governo por Vargas, pegaram em armas para lutar contra a ditadura.
Governo convoca eleições
Os rebeldes esperavam a adesão de outros Estados, o que não aconteceu. Por fim, as tropas federais mais numerosas e bem equipadas derrotaram os paulistas. Estatísticas oficiais registram 830 mortos no confronto, mas esse número é contestado.
Um ano depois da revolução foram realizadas eleições para a Assembleia Constituinte, e em 1934 foi promulgada uma nova Carta Magna. O interventor Armando de Sales Oliveira, nomeado em agosto de1933, criou condições para a renegociação das dívidas dos agricultores em crise e fundou a Universidade de São Paulo.