HOJE NA HISTÓRIA – 18 DE JULHO DE 1971 – Pelé se despede da Seleção
Na última vez em que o Rei do futebol entrou em campo vestindo a camisa 10 da Seleção Brasileira, 140 mil torcedores lotaram o Maracanã pedindo, em coro, para que ele continuasse na equipe. A despedida de Pelé aconteceu em um jogo contra a antiga Iugoslávia, no qual o craque atuou apenas no primeiro tempo, deixando os gramados, às lágrimas, sem marcar gol. A partida terminou empatada em 2 a 2, sem grande atuação dos tricampeões do mundo.
– Quando a torcida começou a gritar "fica, fica", justamente no momento em que os jogadores me entregavam suas camisas, tive vontade de continuar jogando no segundo tempo. Isso não só aconteceu porque eu chorava muito e as lágrimas me impediam de dizer qualquer coisa – disse Pelé na noite da despedida.
Gol de bicicleta de Pelé, em 1965
O craque estava muito nervoso em seu último jogo pela Seleção. Dias antes só falava que queria ter uma boa atuação, para se despedir com categoria, mostrando o excelente futebol que o acompanhou durante os 14 anos em que atuou com a camisa da equipe nacional. Em entrevista ao JB na noite após a disputa, ele contou que seu maior desejo era fazer um gol e quando sentiu que não estava com sorte, procurou fazer algumas jogadas que ao menos merecessem a atenção da torcida, a qual manteve os olhos nele durante todos os minutos.
Pelé na Copa de 1958
Apesar de ter se despedido da Seleção em 1971, o Rei demorou ainda seis anos para deixar de jogar de vez. A partida final memorável aconteceu nos Estados Unidos, em 1977, quando Pelé defendia o New York Cosmos diante do Santos, seu time do coração. Para tornar a disputa ainda mais marcante, o Rei atuou dos dois lados – um tempo em cada equipe: marcou um gol pelos norte-americanos e deixou os gramados chorando. "Love, love", disse ele, em meio a soluços e lágrimas.