Família Negreiros presta homenagem ao patriarca em seu centenário

             A história de uma comunidade é, em larga escala, a soma das histórias das pessoas que integram essa mesma comunidade. O momento que hora vivemos nada mais é do que o resultado dos sonhos, acertos e desacertos de cada um daqueles cidadãos que nos antecederam. Do mesmo modo, são os nossos projetos e nossas ações de hoje que estão forjando os dias de amanhã. Isto vale para qualquer tipo e tamanho de aglomeração humana, desde uma pequena aldeia até a maior das nações.

 

                 Vale, portanto, para a nossa Bandeirantes.

             Nossa cidade, com toda sua pujança e apesar de muitas das suas deficiências, é fruto de tudo aquilo que os nossos antepassados fizeram. Famosos ou anônimos, eles projetaram e conduziram nosso município, nele concretizando o que entendiam ser do interesse coletivo ou do seu interesse particular.

          Muitos deles viraram nomes de ruas, estádios, praças e estabelecimentos escolares, principalmente. A maioria, porém, é lembrada apenas pelo seu núcleo familiar e pelo cada vez mais reduzido grupo de amigos. Todos, porém, são igualmente autores da história de nossa cidade e do nosso município. A todos, indistintamente, a gratidão dos bandeirantenses de hoje.   

              Benedicto Leite de Negreiros é um dos construtores de Bandeirantes.

         Aqui, no remotíssimo ano de 1927, sua família e ele se instalaram, vindos da cidade paranaense de Ribeirão Claro, fugindo da crise da cafeicultura que ocorria naquele tempo. Desde o modesto estabelecimento comercial instalado no Bairro Invernada até o imponente prédio da Casa Renascença de hoje, Benedicto Leite de Negreiros não se esmoreceu na luta diária para a construção de um futuro melhor para Bandeirantes e sua família.

 

         Trabalhou duro desde os 13 anos de idade até 1995, quando faleceu aos 81 anos, após exatos 68 anos de trabalho. Homem de poucas palavras, mas de personalidade cordial, cativou a preferência e a admiração dos consumidores locais e de vários municípios vizinhos pela forma correta com que conduzia os seus negócios. Além disso, como verdadeiro ponto de honra, sempre punha à venda as melhores mercadorias, além da farta variedade de produtos em seu estoque.

         Enquanto viveu e trabalhou, Benedicto Leite de Negreiros, por causa da sua correção e qualidade dos produtos que vendia, tornou-se referência de bom comércio varejista em nossa cidade. Hoje, ao se completar 100 anos do seu nascimento e 19 anos da sua morte, ele continua a ser citado como modelo de bom comerciante, despertando curiosidade nos mais jovens, admiração naqueles com quem negociou e saudade nos seus ainda numerosos amigos. Aliás, um dos muitos reconhecimentos dessas suas qualidades é a concessão do seu nome a uma das mais importantes avenidas de nossa cidade.

         Sem se transformar num mito, Benedicto Leite de Negreiros foi um homem que amou o seu trabalho, amou a sua família e se dedicou à sua comunidade. Em síntese, foi um bom cidadão.

       Sua família, ao comemorar o centenário do seu patriarca, por certo estará se somando a todos os descendentes daqueles outros bandeirantenses que, com seu trabalho e exemplo, também ajudaram fazer a Bandeirantes de hoje. Acima de tudo, porém, estará dividindo o seu justo orgulho com todos aqueles anônimos bandeirantenses que tornaram e tornam possível a cidade onde hoje vivemos.