bicho_no__lixo

Eu repórter: Abandono de animais: BICHO NÃO É LIXO!

bicho_no__lixocao_abaandonoUma cena comum em nosso cotidiano é a presença nas ruas de inúmeros animais sadios ou doentes, muitas vezes abandonados pelos donos. Esses animais, além de principais vítimas, representam também riscos à saúde da população: um caso sério de saúde pública que está longe de ser resolvido. As pessoas aprenderam a conviver com os muitos animais de vida errante, abandonados nas ruas. Sempre atraídos pelas lixeiras e sujeira à procura de comida, eles podem ser uma ameaça à saúde. As feiras livres são ponto de parada destes animais. Em fim de feira, principalmente nos grandes centros, é comum o amontoado de cães, e por vezes gatos, à espera dos restos. Mas vale a pena lembrar que estes animais não são os principais culpados e sim vítimas do descaso do próprio ser humano, pois pouco se faz para acabar com o problema, como o incentivo a ONG´s de apoio aos animais abandonados e mesmo campanhas de conscientização sobre a posse responsável e controle da superpopulação animal.

Posse responsável é quando uma pessoa resolve adquirir um animal de estimação, comprando-o ou adotando-o, e que planeja corretamente todos os cuidados necessários a este novo "membro da família", de acordo com suas possibilidades financeiras , de tempo para se dedicar ao animal ou mesmo de espaço físico para acomodação, higiene e lazer do bichinho. Um animal não é um brinquedo que pode ser descartado ou substituído quando não se quer ou não se pode mais cuidar.

Os animais de rua ficam expostos aos maus tratos e a acidentes, variações climáticas, bem como a inúmeras doenças que podem, inclusive, serem transmitidas a outros animais e aos seres humanos. As doenças transmissíveis dos animais ao homem são classificadas como zoonoses e têm, como fonte de transmissão, o simples contato da pele íntegra com o animal ou urina e/ou fezes, ou ainda através da picada de vetores. Dentre essas doenças, podemos citar a leptospirose ("doença da urina do rato"), a escabiose, que é o tipo de sarna mais comuns dos cães, a toxoplasmose, a raiva e a leishmaniose (estas duas últimas sem casos registrados em nossa região).

Existem também o risco de doenças e ectoparasitas transmitidos de animais de vida errante para outros animais. Destacam-se:

– As principais viroses (cinomose, parvovirose, traqueobronquite infecciosa canina…), podendo difundir-se através do ar, de objetos ou chão contaminados ;

– Ectoparasitas como sarnas, pulgas, carrapatos;

– Erlichiose e babesiose, que são doenças transmitidas pelo carrapato infectado e que podem causar inúmeros sintomas, dentre eles: febre, anemia profunda, icterícia e hemorragias;

– Tumor de Sticker, vulgo "TVT" – (Tumor Venéreo Transmissível), que é um tipo de tumor comumente em região genital de cães machos e fêmeas, e que pode ser transmitido pelo coito ou pelo simples contato entre mucosas, desta forma acometendo também área nasal, ocular ou oral.

É válido lembrar o outro lado da moeda, pois para se evitar o contágio dessas doenças, é importante também que os proprietários mantenham seus animais regularmente vacinados e nunca permitam que saiam sozinhos às ruas. O problema dos animais abandonados nas ruas somente se extinguirá se forem tomadas medidas conjuntas entre órgãos públicos e a sociedade. É importante que se realizem campanhas de conscientização da posse responsável, do controle de natalidade e superpopulação, além de campanhas de doação".

Para maiores dúvidas sobre o tema, procure o médico veterinário de seu animal de estimação ou mesmo se está pensando em adquirir um. Ele é a melhor pessoa para te orientar sobre os cuidados necessários para uma vida longa e de qualidade para seu mascote. Para contribuir com a diminuição de animais abandonados, escolha adotar um animal. Eles têm muito carinho para você e sua família. E lembre-se: BICHO NÃO É LIXO!

Renato Luiz Trindade.

Médico Veterinário – CRMV/PR 6717.

(43)8414-2909.