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Secretaria de Saúde confirma mais quatro mortes por dengue no Paraná

dengue1A Secretaria de Estado da Saúde (SESA) divulgou nesta segunda-feira (25) o informe técnico nº 16, que trata da situação da dengue no Paraná. De acordo com o documento, foram confirmadas mais quatro mortes em decorrência da doença no Paraná ¿ três em Peabiru (a 76 km de Maringá) e uma em Campo Mourão (a 92 km de Maringá). Houve ainda 5.438 casos de dengue entre agosto de 2012 e hoje ¿ os casos se concentram nas regiões noroeste e oeste do Estado. Atualmente são 13 municípios em situação epidêmica: além dos 11 já informados, São João do Caiuá (a 94 km de Maringá) e Engenheiro Beltrão (a 60 km de Maringá) apresentaram 27 e 65 casos, respectivamente, e entraram na lista por ultrapassarem a marca de incidência de 300 casos por 100 mil habitantes.

Segundo o superintendente de Vigilância em Saúde, Sezifredo Paz, o Estado ainda enfrenta um período crítico da doença por conta das chuvas de março. "O combate à dengue deve ser feito durante todo o ano, mas devemos ficar atentos ao período de calor intenso e chuvas, que favorecem a proliferação do mosquito transmissor da doença", afirma.

O presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde, Antonio Carlos Nardi, que é secretário de Saúde em Maringá, destaca que os municípios devem intensificar as ações de combate à dengue. "As prefeituras devem manter as equipes de combate a endemias e monitorar a eliminação de criadouros, que é a medida mais eficaz contra a dengue", diz Nardi. O presidente chama a atenção ainda dos novos gestores municipais que podem não ter tido tempo de estruturar seus serviços, mas que devem dar atenção especial a essa área.

Casos graves

Dos 5.438 casos confirmados, 15 evoluíram para a forma grave da doença. Sezifredo enfatiza que a demora na procura por atendimento médico pode agravar o quadro clínico.

Seis pacientes que tiveram a forma mais grave da doença morreram de dengue. Três novas mortes foram registradas em Peabiru e outra em Campo Mourão. Além destas, duas mortes já haviam sido confirmadas em outros momentos: uma em Peabiru e outra em Paranavaí (a 77 km de Maringá).

Uma das mortes confirmadas é de uma moradora de Peabiru, de 84 anos. Conforme a investigação da secretaria, o óbito foi causado por febre hemorrágica da dengue associada a uma hemorragia digestiva alta. A idosa era hipertensa e começou a apresentar sintomas da doença no dia 08/02. Mesmo com dores de cabeça, vômito, febre e dores abdominais, a mulher não procurou atendimento e optou por tomar remédios sem orientação médica, o que pode ter influenciado no agravamento de seu quadro clínico. No dia 12 deste mês, a paciente foi internada na Santa Casa de Campo Mourão, transferida para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Central Hospitalar e morreu na madrugada do dia seguinte.

"A automedicação pode matar. Neste caso específico, a idosa tomou AAS 100 mg por quatro dias. O medicamento é totalmente contraindicado para pacientes com suspeita de dengue, pois favorece a hemorragia", explica o superintendente.

Uma paciente de 62 anos que adquiriu a dengue em Peabiru também morreu no dia 12 pelo grau máximo da febre hemorrágica durante transferência para uma UTI em Campo Mourão. O início dos sintomas foi registrado no dia 08, inclusive com ocorrência de vômito, um sinal de alarme para caso grave.

Outras duas pessoas, uma de Campo Mourão e outra de Peabiru, morreram após serem internadas em leitos de UTI em Campo Mourão. Uma mulher, moradora de Campo Mourão tinha 31 anos e ficou hospitalizada por cinco dias em estado grave, por conta da febre hemorrágica. Outro caso é de um homem de 75 anos, morador de Peabiru, que tinha doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Ele ficou internado por sete dias na UTI e não resistiu as complicações da dengue.

Para o coordenador da Sala de Situação da Dengue, Ronaldo Trevisan, os profissionais de saúde de pronto atendimentos devem estar atentos a pacientes que apresentem sinais de alarme, como dor abdominal intensa, vômitos persistentes, hemorragias, sangramento de mucosas, hipotermia, desconforto respiratório, entre outros. "A possibilidade de pacientes com este quadro evoluírem para a forma grave da doença é grande se não houver tratamento correto", alerta.

 
 
FONTE – ODIARIO