Câmara dos Deputados não assina promulgação da PEC dos Vereadores, mais ainda ha uma chance
O dia começou com alegria, mas a tarde reservou a tristeza para os suplentes a vereador que assumiriam uma cadeira na câmara de vereadores de Bandeirantes. O presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP), afirmou nesta quinta-feira (18) que a decisão da mesa diretora de não assinar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que aumenta em 7.343 o número de vereadores em todo o País foi "acertada". Ele disse que caberá agora ao Supremo Tribunal Federal (STF) decidir sobre o assunto, já que o Senado declarou que vai recorrer da decisão tomada pela Câmara.
As mudanças constitucionais deveriam ser promulgadas pelas mesas das duas casas antes de entrarem em vigor. Ele destacou que a proposta foi substancialmente alterada no Senado, com a retirada de dispositivo que reduzia gastos .
A proposta já havia sido aprovada pela Câmara em maio deste ano e aumenta o número de vereadores dos atuais 51.748 para 59.791. Os senadores, no entanto, modificaram os percentuais das receitas municipais que poderão ser destinadas às câmaras de vereadores. Foi retirado da proposta aprovada o dispositivo que reduzia os gastos com vereadores de R$ 6 bilhões para R$ 4,8 bilhões anuais.
O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, ressaltou que, na avaliação da Mesa, a PEC foi alterada substancialmente no Senado e, portanto, terá de retornar à Câmara para nova análise. "Na Câmara nós aprovamos um remanejamento que implicou em aumento do número de vereadores para que os municípios tivessem uma representação mais equilibrada, mas ao mesmo tempo aprovamos uma redução nos gastos das câmaras de vereadores. No Senado, eles referendaram o número de vereadores que a Câmara aprovou, mas mantiveram os gastos. Como a Mesa poderia promulgar contrariando aquilo que a própria Câmara deliberou?"
Chinaglia disse também que, se fosse promulgada agora, a medida poderia gerar confusão jurídica para os vereadores eleitos nas últimas eleições e que tomam posse em janeiro. Ele destacou que, quando houve as eleições municipais, o número de vereadores ainda era o anterior, e se fosse estipulado agora um novo número poderia haver disputa nos municípios e no Judiciário para saber se aqueles que ficaram como suplentes poderiam tomar posse.
Tramitação
Segundo Chinaglia, a PEC voltará a ser analisada pela Câmara e, se aprovada, só terá efeitos para as eleições de 2012.
Para ser promulgada, a PEC deveria ter sido aprovada pelo Senado com o mesmo texto recebido da Câmara. Como foi alterada, deve ser votada novamente pelos deputados. A proposta vai de uma Casa para outra (o chamado pingue-pongue) até que o mesmo texto seja aprovado pelas duas casas.
Agora ao Supremo Tribunal Federal (STF) decidir sobre o assunto, já que o Senado declarou que vai recorrer da decisão tomada pela Câmara.