Jornal Folha de Londrina : Bandeirantes se destaca na produção de hortaliças
O município de Bandeirantes (Norte Pioneiro do Paraná) vivencia, há cinco anos, uma expansão da produção de hortaliças. Ana Paula Bueno de Godoi Cheida, engenheira agrônoma do Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), explica que a retomada de preços favoráveis das hortaliças, a produção constante ao longo do ano e a possibilidade de retorno rápido impulsionaram o crescimento, principalmente com a produção em estufas – a cidade possui cerca de 400 dessas estruturas em funcionamento.
As lavouras de tomate, pepino e pimentão são as mais produzidas no município. Esta semana, a caixa de tomate era comercializada a R$ 65 para o produtor, enquanto a de pepino a R$ 40 e a caixa de pimentão a R$ 50. Ana Paula revela que o custo de produção atinge aproximadamente 45% desses valores. ''A rentabilidade é alta se comparada a uma lavoura de grãos. A olericultura é uma forma de segurar o produtor no campo.''
Olericultura em destaque
Município de Bandeirantes possui cerca de 400 estufas com produção de hortaliças; alta rentabilidade e retorno rápido impulsionam cultivo
Um dos pioneiros no cultivo de hortaliças em Bandeirantes, Milton de Sordi possui hoje 11 estufas com produção de tomate, pimentão e pepino.
Nos últimos cinco anos anos, o município de Bandeirantes, no Norte Pioneiro do Paraná, tem vivenciado uma expansão assintosa da produção de hortaliças. Segundo a engenheira agrônoma do Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), Ana Paula Bueno de Godoi Cheida, a retomada de preços favoráveis das hortaliças, a produção constante ao longo do ano e a possibilidade de retorno rápido impulsionaram esse crescimento, principalmente com produção em estufas. Atualmente, a cidade possui cerca de 400 estufas em funcionamento.
Apesar da grande diversidade de cultivos, as lavouras de tomate, pepino e pimentão são as principais produzidas em Bandeirantes. Ana Paula afirma que a média de produtividade em estufa de mil metros quadrados é de 600 caixas de tomate, 1,2 mil caixas de pimentão ou 500 caixas de pepino. Nessa semana, a caixa de tomate era comercializada a R$ 65 para o produtor, enquando a de pepino a R$ 40 e a caixa de pimentão a R$ 50. A agrônoma revela que o custo de produção atinge aproximadamente 45% desses valores. ''A rentabilidade é alta se comparada à uma lavoura de grãos. A olericultura é uma forma de segurar o produtor no campo'', ressalta Ana Paula.
A agrônoma do Emater lembra que o Conselho Municipal de Agricultura posicionou a olericultura como prioridade em Bandeirantes, incentivando a manutenção das estradas rurais e agilizando os financiamentos por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). ''Todo dia recebo quase dois pedidos de financiamento para construção de estufas'', revela. Segundo ela, a construção de uma estufa de mil metros quadrados com sistema de irrigação varia de R$ 10 mil a R$ 12 mil. Na cidade, há desde pequenos agricultores familiares até grandes produtores de hortaliças.
O secretário municipal de Agricultura de Bandeirantes, André Luiz Teodoro da Silva, afirma que o município incentiva a diversificação da produção para os pequenos agricultores. ''A estimativa é de que até 2014 a queima de cana-de-açúcar deve diminuir. Por isso, acreditamos que é melhor capacitar os trabalhadores para que fiquem no campo'', avalia Silva. Segundo ele, dos 520 km de estradas rurais de Bandeirantes, 300 km foram readequados e receberam cascalho como incentivo a olericultura. O secretário revela que o município busca um centro de distribuição próprio para escoar a produção.
Paraná
O Paraná produziu, na safra 2008/09, 2,7 milhões de toneladas de olerícolas, em uma área total de 103.136 hectares. O Estado possui aproximadamente 48 mil produtores de hortaliças. De acordo com o coordenador estadual de olericultura do Emater, Iniberto Hamerschmidt, as hortaliças representam 6% do Valor Bruto da Produção do Paraná, o equivalente a aproximadamente R$ 2,3 bilhões. Somente a Região Metropolitana de Curitiba (RMC) é responsável por 45% da produção estadual de olerícolas. A região Norte produz 21% do total, a Oeste e Sudoeste, 12%, e a região Noroeste, cerca de 4% da produção paranaense.
Hamerschmidt explica que a rentabilidade das olerícolas varia muito conforme a safra e a cultura. Segundo ele, as lavouras paranaenses abastecem o mercado interno e também seguem para São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. ''Nos últimos 10 anos, a produção olerícola paranaense cresceu cerca de 1 milhão de toneladas'', salienta, lembrando que em 2000 a safra de hortaliças foi de 1,7 milhão de toneladas.
Fonte: Mariana Fabre
Reportagem Local Jornal Folha de Londrina