HOJE NA HISTÓRIA – 01 DE JULHO DE 1979 – Sony lança o Walkman
A empresa japonesa Sony de Akio Morita lança em 1º de julho de 1979 o aparelho Walkman, conceito revolucionário que permitia ouvir música ou o que fosse sem importunar os outros. Em 1977 a Sony tinha lançado o Pressman, um gravador portátil para uso de jornalistas. Devido às suas reduzidas dimensões, a qualidade sonora nunca conseguiu atingir os padrões de exigência da empresa.
As freqüentes tentativas de compatibilizar som de melhor qualidade com a capacidade de gravação teimavam em não dar frutos. Masaru Ibuka, numa reunião com engenheiros, lembrou-se de outro aparelho que estava sendo desenvolvidos pela Sony, os auscultadores portáteis. A combinação do leitor de cassetes com os auscultadores deu origem a um novo produto, que permitia a uma só pessoa ouvir som de qualidade. Submetido a Morita, ele logo se convenceu da ideia.
Apesar da oposição de setores da empresa, que consideravam a ausência da capacidade de gravação uma grave insuficiência, Morita e Masaru decidiram avançar no projeto. Protótipos satisfatórios demonstraram o acerto do interesse que os donos da Sony depositavam no produto.
Morita insistia em posicionar o aparelho para o segmento de jovens e adolescentes, o que implicava um preço de venda inferior a 35 mil ienes. Só que a produção do protótipo custara 50 mil ienes. Finalmente acordou-se o preço final de 33 mil ienes, de forma a coincidir com o 33.º aniversário da Sony. Para tornar o walkman acessível ao segmento-alvo ficou decidido simplificar o seu design e manter as despesas promocionais sob controle.
A expectativa de vendas mais otimista de Morita era de 60 mil unidades, mas o responsável pela produção, desconfiado, limitou a produção inicial a 30 mil unidades. As ações de marketing consistiram basicamente em relações públicas coordenadas pelo próprio Morita: foram oferecidos aparelhos às principais celebridades da música, arte e desporto e levadas a cabo ações de promoção nos principais parques de Tóquio. Os walkman foram postos à venda em todos os varejistas tradicionais de produtos eletrônicos.
Apesar deste conjunto de esforços, ao fim do primeiro mês nem um único walkman tinha sido vendido. O mês seguinte confirmou o panorama desolador. Foi preciso esperar setembro para a procura explodir: as 30 mil unidades desapareceram das lojas! A análise do insucesso inicial permitiu concluir que o segmento-alvo não eram os jovens e sim os yuppies, jovens profissionais urbanos. Eram consumidores de cassetes e mostravam-se dispostos a pagar um preço maior para possuir a mais recente tecnologia de som num aparelho individualizado.
Em outubro de 1979 o walkman foi introduzido na Europa, América e Austrália. Optou-se por criar nomes diferentes para cada mercado: soundabout nos Estados Unidos e stowaway no Reino Unido. Face ao insucesso, Morita unificou a designação walkman em todo o mundo. A aceitação universal da expressão levou a Enciclopédia Britânica a incluí-la na sua edição revista e atualizada.