Volta do futebol profissional em Bandeirantes foi destaque do jornal Folha de Londrina
Cidades com o futebol só no passado (VII – final) Bandeirantes pode usar marca do União para fortalecer BEC
Cidade terá proposta de uma parceria-público privada, com respaldo da comunidade, para levar um time à 3. divisão
Desativado em 2006 por dificuldades financeiras, o União Bandeirante Futebol Clube já pagou quase toda a dívida, ''está redondo'', mas ainda ''não vai voltar'' ao futebol profissional, ''não há chance neste momento'', afirma o presidente, Francisco Sanches Filho, ao tomar conhecimento de iniciativa para se colocar um clube de Bandeirantes (31,1 mil habitantes) na 3. divisão do Campeonato Paranaense, talvez ainda este ano. E levando em conta o União, pela sua força de ''instituição'' da cidade, que ainda persiste.
Sanches fez a declaração para esta reportagem, última de uma série em que, desde o início (27 de março), dirigentes afirmaram que o principal obstáculo ao retorno do futebol profissional à maioria das cidades é o alto custo, que afugenta até empresas tradicionais.
Desde que Serafim Meneghel, dirigente maior do União, saiu da administração da usina de açúcar e álcool da família, em Bandeirantes, não há disposição na empresa para voltar a patrocinar o União, após mantê-lo durante 40 anos, comenta-se na cidade. ''Coisa difícil agora é dinheiro para futebol'', reconhece Sanches, que se dá por satisfeito com a preservação do patrimônio do clube, sem a ameaça de credores. Diz que Serafim ainda acompanha tudo e ambos receberam do Vasco da Gama o dinheiro pela transferência do goleiro Fábio (hoje no Cruzeiro), que muito ajudou a pagar dívidas.
''Futebol profissional, acho que podemos esquecer'', diz um dos maiores ídolos do União, Tião Abatiá, numa comparação à grande competitividade de seu tempo. ''Podemos fazer campeonato regional para movimentar as cidades.''
Formado em administração de empresas, empresário e prefeito, Celso Silva está entre os fundadores do Bandeirantes Esporte Clube (BEC) juntamente com Nelson Santos, ex-dirigente do União. Com a informação de que Nelson fez a pré-inscrição do BEC na Federação Paranaense, Celso disse que se começa a trabalhar no sentido de uma parceria público-privada, buscando-se um agente de marketing esportivo idôneo e o envolvimento de empresas locais e da comunidade. ''Vamos chamar a sociedade para se corresponsabilizar'', resume.
Celso diz que vai agir mais como entusiasta do futebol e menos pela condição de prefeito, limitado nos gastos públicos pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). ''Porém, o apoio institucional não é vedado'', observa. Assim, espera dar credibilidade ao projeto que, a seu ver, permitirá a uma cidade com menos de 100 mil habitantes ter futebol profissional.
Widson Schwartz
Especial para a FOLHA