Nas escolas do Paraná, uma em cada 10 crianças do 3º ano não sabe ler

Quase metade (45%) dos estudantes do 3º ano do ensino fundamental do Paraná — quando termina o ciclo de alfabetização nas escolas — possui grandes dificuldades de leitura. De acordo com o Ministério da Educação (MEC), 35% dos alunos paranaenses só conseguem localizar informações explícitas em textos curtos. Para outros 10%, a realidade é ainda mais aterradora: eles só desenvolveram a capacidade de “decodificar” palavras isoladas.

A dura realidade educacional do Paraná foi revelada pela Avaliação Nacional de Alfabetização (ANA) de 2014, divulgada ontem pelo MEC. A avaliação mede o conhecimento dos estudante do 3º ano do ensino fundamental em diferentes níveis de três áreas: leitura, escrita e matemática.

Em entrevista coletiva na tarde de ontem, o ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, afirmou que o MEC trabalha com níveis de aprendizado adequado ou inadequado de maneira distinta em cada uma das três áreas. Na leitura, segundo ele, é considerado inadequado apenas o nível 1, onde se enquadram 10% dos paranaenses — no caso, os níveis vão de 1 a 4 (ver quadro).

Na escrita, por outro lado, os índices são mais positivos. A escala de escrita tem cinco níveis e, segundo o MEC, os níveis 1, 2 e 3 são considerados de aprendizado inadequado — quando a criança consegue, no máximo, escrever com desvios ortográficos e de forma incipiente ou inadequada ao que foi proposto. Com um dos melhores índices do país, 14% dos estudantes paranaenses estão abaixo do esperado.

Por outro lado, 70% dos estudantes se encaixam no nível 4 — podem escrever com diferentes estruturas silábicas e dão razoável continuidade a uma narrativa — e 16%, no 5, que é quando a criança sabe continuar uma narrativa com situação central em final e articula partes do texto com conectivos.

 

Matemática

Mas não é só no português que os jovens estudantes vêm pecando. De acordo com a ANA, 45% dos alunos do Paraná se enquadram nos níveis 1 e 2 de matemática — no máximo, reconhecem valores monetários e somam até três algarismos e subtraem até dois algarismos.

Já no nível 3, onde o aluno consegue de resolver problemas com números maiores de 20 e calcular divisões em partes iguais, estão 23% dos estudantes. No nível 4, o mais alto, estão 32%, que devem ser capazes de ler as horas em relógios analógicos, sabem ler alguns elementos de gráficos de barra e fazem operação de subtração com até três algaritmos e divisão em partes iguais ou em proporcionalidade sem auxílio de imagens.

 

FONTE-BEMPARANÁ