INFESTAÇÃO DE DENGUE em Andirá está 9 vezes acima do recomendado pela OMS
De acordo com o primeiro levantamento do ano realizado pela Secretaria Municipal de Saúde de Andirá, por meio do departamento de Endemias, a infestação do Aedes Aegypti apontou índice de 9,41%, bem acima do 1%, considerado o limite recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Entre os dias 05 e 12 de janeiro os Agentes de Endemias percorreram 1094 imóveis, o que corresponde a 10% do total de imóveis da cidade e já constatou o preocupante cenário. A região central foi a que teve o maior índice de infestação, com 12,20%, totalizando 26 imóveis positivos, sendo que a maioria, em residências. A região, que engloba quatro bairros, é a que mais preocupa.
Já o São Benedito e as comunidades do entorno apontam logo na sequência com 10,18%. A Santa Inês (e comunidades ao redor), estão em terceiro lugar, com 9,01%; os bairros na região da Vila Americana somam 6,43%.
Dos 1094 imóveis visitados, 103 estão infectados, segundo informou Silvio Aparecido Zanin, chefe do departamento de Endemias. "O morador tem que tomar o máximo de cuidado. Assim que chover, tem que correr no quintal e não deixar a água ficar parada em recipientes", destacou, informando, ainda, que a fêmea desova mesmo em períodos secos. Os ovos, segundo ele, podem ficar em local sem contato com a água por um período de até um ano. Ou seja, a comunidade de Andirá pode estar correndo um grande risco de nova epidemia, já que há muitos dias não chove na cidade. "A fêmea não precisa de água para desovar. Então vai acumulando. Quando chove e os ovos entram em contato com a água, em menos de duas horas eles eclodem e viram larvas; em cinco dias, já saem voando. Não dá tempo do agente de endemias voltar àquela casa. Por isso, 50% do combate está nas mãos do morador", alerta.
Diante deste risco eminente, o Secretário Municipal de Saúde, Diego Domingues, emitiu boletim interno solicitando o apoio das equipes para a intensificação dos trabalhos de combate à dengue. "O índice aumentou e estamos correndo risco de permanecer em epidemia. Pedimos as equipes de cada UBS – Unidade Básica de Saúde – que permaneça nos ajudando e alertando a população que a única maneira de acabar com a dengue é eliminando o foco", enalteceu o Secretário. "Pedimos atenção aos pacientes que apresentam sintomas pois os números de notificações estão baixos e os índices estão muito altos", completou.
Equipe
Hoje, segundo Zanin, há 15 profissionais Agentes de Endemias espalhados pela cidade, fazendo o monitoramento. "Quando há suspeito, o Agente já é treinado para correr com os procedimentos, com o bloqueio, com o encaminhamento. Um agente passa na mesma casa de dois em dois meses. Por isso, o morador tem que fazer a sua parte também".
Em 2013 a cidade passou por uma epidemia de grande escala, com 678 notificações e 320 pessoas infectadas. Na ocasião, a equipe era bem menor. Em 2014, nos seis ciclos de pesquisas do ano, foram realizadas 60 mil visitas; com apenas 82 notificações e um caso confirmado. Quem desconfiar da presença de mosquitos ou larvas da dengue em locais públicos, imóveis ocupados ou abandonados, pode comunicar o Departamento de Endemias, pelo telefone: (43) 3538.2055. O serviço funciona de segunda a sexta-feira, das 8 às 17 horas.
Fonte:Tiago Dedoné