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30 anos sem Mazzaropi, o típico caipira brasileiro

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Amacio Mazzaropi morreu aos 69 anos. Apesar do sobrenome italiano, encarnou na maioria dos seus filmes o típico caipira do interior do Brasil. Além de ator, foi também, um bem sucedido produtor de cinema brasileiro. Seu filmes anuais sempre bateram recordes de bilheteria e sua produtora, criada para rodar Chofer de Praça, em 1959, a Pam Filmes, tinha estúdios muito bem instalados em sua antiga Fazenda de Santa, em Taubaté, no vale da Paraíba, São Paulo.

 

Mazaroppi não deixou herdeiros, além de sua mãe de 89 anos. Amacio nasceu no tradicional gueto dos italianos em São Paulo, a Barra Funda, em 9 de abril de 1912.

 

Desce criança tinha mania de ser artista. Ao completar 18 anos de idade, o jovem Amacio fugiu de casa para acompanhar um faquir, Ferry. Nos intervalos da exibição do faquir, interpretando já o papel de caipira, contava piadas. O rapaz magro, que havia estudado apenas até o ginásio e também tinha dotes de pintor e desenhista, resolveu lançar-se na vida de ator popular, logo depois. Montou a Trupe Mazzaropi que divertia as platéias cinematográficas de São Paulo, fazendo shows depois das sessões. A trupe também viajava pelo interior e se apresentava em palcos improvisados, tablados rústicos de madeira para uma platéia de encantados roceiros. Nos anos 40, foi contratado pela Rádio Tupi para fazer um programa caipira de humor, Rancho Alegre.

 

Em 1954, Amacio Mazzaropi encontrou-se com o tipo que iria marcar definitivamente sua carreira:

 

o caipira, quando fez o papel principal de O Candinho, filme ainda produzido pela Vera Cruz. "Aprendi tudo que sei de cinema vendo o pessoal da Vera Cruz trabalhar".

 

Artista que falava a língua do povo

Para Mazzaropi, "o caipira é um homem comum, inteligente, mas sem preparo, alguém muito vivo, malicioso, bom chefe de família. A única coisa diferente é que ele não teve preparo, então tem aquele linguajar típico, mas no fundo, no fundo, ele pode dar lições boas e muita gente da cidade. Porque ele está sempre a procurar a verdade, em vez de correr atrás das ilusões, de palavras bonitas, de discursos de políticos. Há uma diferença entre inteligência e preparo".

 

Ator-empresário, Mazzaropi atravessou as décadas de 60 e 70 como recordista absoluto de bilheterias.